O 5º Festival de Teatro de Juiz de Fora acabou neste domingo. Quem acompanha o twitter do blog, me via fazendo comentários altas horas da noite sobre os espetáculos do dia. Vou citar aqui 3 dos espetáculos convidados que deu pra ver. Na maioria dos casos são montagens grandes que estão viajando o Brasil, por isso #ficaadica. (isso não é ranking é só na ordem que vi! =p)
1. Savana Glacial
O Grupo Físico de Teatro é uma companhia do Rio de Janeiro; e a peça Savana Glacial venceu a 23º edição do Prêmio Shell, na categoria melhor texto. O texto do Jô Bilac me surpreendeu e me agradou demais. No fim da peça encontrei uma amiga. E aí gostou? a resposta dela foi um sorrisinho amarelo e o comentário "Meio pós-moderna demais". Enfim, eu me identifiquei com o formato e conteúdo - uma salada de referências e comentários sobre a vida nos centros urbanos, traição, proteção, loucura. Veloz, tensa e intensa! Você ainda sai do teatro com um ritmo meio acelerado. Alguns comentários da vizinha louca do casal, poderiam ter saído da minha boca, no meio do meu dia-a-dia rsrs! O nome da peça é uma referência aos nomes de esmaltes cada vez mais inventivos; aí o Jô Bilac faz umas três ou quatro junções tão legais que se a Impala, Big Universe ou Colorama fossem bem espertas roubavam da peça e era sucesso de venda!
(Clica no vídeo que tem sinopse!)
Repara na música! Trilha sonora linda. Deixa o público tenso!
2. R&J de Shakespeare - Juventude Interrompida
Fui pra peça sem ler a sinopse (ou li e esqueci, sei lá!). A montagem é da da companhia Turbilhão de Ideias, também do Rio de Janeiro. Atrasou 30 min. por problemas com a iluminação, mas valeu muito a pena esperar. São 4 atores em cena, 4 meninos de um escola conservadora que em uma noite decidem montar Romeu e Julieta. "Sem trocas de roupas ou de cenário, a tragédia se desenrola basicamente através das atuações e do jogo cênico". Me fez relembrar do jeito de escrever do Shakespeare, afinal a história todo mundo sabe, mas aquele texto é muito poético, bem encaixado e vivo (quem nunca leu as peças, recomendo!) Assim como no Teatro Elizabetano, os meninos fazem papéis femininos, nas primeiro momentos de confissão da Julieta com sua ama, ou nos primeiros beijos de R & J a platéia ainda se agita um pouco, mas ao longo da peça o envolvimento é tal que o povo fica na mão dos atores - na cena da morte não se ouve um piu! Destaque: As músicas da trilha são FANTÁSTICAS, depois da noite com Julieta toca uma música do Queen. A música tema dos encontros dos dois enamorados é um som do U2 #amo.
O melhor são as gambiarras dos alunos com as coisas da sala de aula pras cenas - régua? não, é uma espada, afinal é teatro!
3. Till, A Saga de um herói torto
Montagem do Grupo Galpão, de BH. Eu sou fã do Galpão! Nos festivais de inverno de Ouro Preto eu fico caçando o dia da peça do Galpão pra não perder! A peça se passa na idade média e é encenada como se fosse um teatro de rua medieval. Um palco no meio da praça; um pano, pra tampar o fundo do palco e dos lados você vê eles se preparando pra entrar em cena, pegando instrumentos, separando o próximo figurino. Um prólogo no começo, alguns objetos atirados no público (medieval, ok? na época o teatro tinha uma cara de feira - não gostou da peça? atira um tomate no ator, ué! interação absoluta rsrs) e começa a saga de Till, acompanhado de perto por Deus e o pelo Diabo. Comentário especial pro Diabo do Chico Pelúcio, ri demais - atrevido, mulherengo, provocador - Bon vivant! E a Inês Peixoto no papel de Till me prova que ela não tem limites; faz tudo, e faz muito bem.
Tem música ao vivo! Me ganhou! Todo mundo tocando instrumentos...
P.S.: Tinha mais mil coisas pra comentar de cada montagem, e personagens e preciosidades de iluminação e eu queria falar dos usos dos figurinos mas... me pedi e vou deixar só assim as dicas mesmo. Fecho com a música moderna do R&J. Alguém explica o que que é a junção da imagem João Gabriel Vasconcelos com essa voz do Bono cantando ao fundo? Td de bom, derrete o coração, rsrsrs.
Bjos
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